terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Via expressa sem cachaça e sem dono


É justo o protesto dos proprietários dos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas às margens da Via Expressa. Não tem sentido tratar uma via claramente urbana como rodovia.

O fato de ser uma via federal não a transforma em rodovia. Não acredito também que essa medida venha a impedir que os motoristas dirijam após beberem. A experiência dos EUA com a lei seca só serviu para ilustrar filme de gangsteres. A farra comia solta nos “subterrâneos da noite”.

O problema dos acidentes motivados pelo consumo de bebidas é sério e precisa ser enfrentado. Vai se mexer com questões culturais. No mundo inteiro as festas e comemorações são e sempre foram ilustradas com bebida.

A questão é como separar o cidadão da farra, do cidadão motorista. A mudança desse comportamento passa por campanhas educativas e punições dolorosas ao bolso. Proibir vender só faz mudar o endereço da compra.

A outra questão aflorada pela polêmica é a que discute a municipalização da Via Expressa. O governo federal aceita entregar a responsabilidade ao município de Maceió, assim como já fez com as avenidas Durval de Góes Monteiro e Fernandes Lima. A prefeitura chia e diz que só recebe se vier acompanhada de recursos. A negociação entre o DNIT e o Município, inevitavelmente, vai concluir pela necessidade da municipalização.

Acrescento um detalhe nesse debate: a prefeitura de Maceió recebe o IPTU de todos os imóveis da Via Expressa, o que a obriga a fazer investimentos naquela avenida. Vamos aguardar as negociações e apostar que, ao final, os comerciantes voltem a comercializar as bebidas e Maceió ganhe investimentos numa via tão importante.


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