domingo, 25 de outubro de 2009

Evolução na abordagem ao eleitor

Em 18 de outubro de 1860, Tavares Bastos assim se dirigiu aos eleitores para conquistar votos:
"Meus caros comprovincianos. É com extrema satisfação que venho dirigir-vos estas poucas palavras. Apoiado pelo concurso valioso de amigos, cuja magnanimidade parece tanto maior quanto é mais elevada acima de mim a sua posição e a influência, eu venho hoje solicitar perante vós a hora de representar no Parlamento a nossa heróica província das Alagoas, pelo seu primeiro distrito eleitoral. O nome que ante vós comparece, o meu nome de família, vós o conheceis bastante. Desvanece­me saber que todos ledes escrito nele, em caracteres significativos, porém modestos, tão inteira probidade e amor às sagradas instituições do Brasil, quanta resistência legitima e sincera às desordens, ou poder, ou do povo. Se eu ponho por diante o nome que trago é que não saberei nunca, nem poderei, renegá-Io. Senhores, ser-me-á conferida a honra que procuro? Não há de o meu reconhecimento ser menor que a minha glória. Se me não for lícito, porém, tanta fortuna, ficarei contente vendo que a outros mais dignos confiastes o solene mandato. Vosso amigo devoto, Dr. Aureliano Cândido Tavares Bastos".

Em 10 de janeiro de 1929. Graciliano Ramos assim informava como administrava a Prefeitura de Palmeira dos Índios:
“Há quem ache tudo ruim, e ria constrangidamente, e escreva cartas anônimas, e adoeça, e se morda por não ver a infalível maroteirazinha, a abençoada canalhice, preciosa para quem a pratica, mais preciosa ainda para os que dela se servem com assunto invariável; há quem não compreenda que um ato administrativo seja isento de lucro pessoal; há até quem pretenda embaraçar-me em coisa tão simples como mandar quebrar as pedras dos caminhos.

.......

Não favoreci ninguém. Devo ter cometido numerosos disparates. Todos os meus erros, porém, foram da inteligência, que é fraca.

........

Há descontentamento. Se a minha estada na Prefeitura por estes dois anos dependesse de um plebiscito, talvez eu não obtivesse dez votos. Paz e prosperidade”.

Matérial amplamente distribuido em Maceió, nas últimas eleições, para convencer o eleitor a votar: