terça-feira, 7 de setembro de 2010

As metas de Alagoas para a governabilidade de Dilma

Escolado como poucos nos percalços da convivência com o legislativo, Lula estabeleceu dois objetivos políticos para sua sucessão: o primeiro deles, é óbvio, eleger Dilma, algo que parece consumado e que foi definido com a montagem das alianças e com a demarcação de que, de um lado estava a continuidade de um projeto vitorioso para o país, e do outro FHC e sua turma. Com essa abordagem, Lula impôs a sua pauta política e evitou que a campanha caísse na comparação entre candidatos e seus históricos. Nem a grande mídia conseguiu reverter o embate de projetos, onde um dos lados tem o reconhecimento e a aprovação de quase 90% da população.

O outro objetivo do PT e da candidata Dilma para as eleições 2010 era o de eleger uma maioria folgada de senadores e deputados federais, que liberasse o governo das demoradas e custosas negociações para aprovação das suas matérias. Essa questão é tão importante que Lula chegou a afirmar que trocaria um senador por três governadores.

Considerando que os números das pesquisas, hoje, apontam para uma vitória da Dilma ainda no primeiro turno, não é de se estranhar que Lula comece a dirigir suas ações para fortalecer a base de apoio, investindo politicamente nas campanhas dos candidatos ao senado e à câmara dos deputados. Por essa lógica, em Alagoas, interessaria ao projeto de governabilidade que os senadores eleitos fossem Renan Calheiros e Benedito de Lira. Renan parece estar com sua candidatura estabilizada num patamar com amplas chances de vitória, enquanto que Biu de Lira não consegue chegar ao eleitorado de Heloisa Helena, para desbancá-la da outra vaga. Sua campanha tem se limitado à disputa do segundo voto do eleitor de Renan Calheiros.

A corrida para o governo de Alagoas também sofre reflexos das prioridades do projeto nacional de Lula e aliados. Collor, que já é um senador da base do governo, apóia Dilma e com isso neutraliza os parceiros de Brasília no envolvimento com a disputa local. A candidatura Ronaldo Lessa ao governo do estado é a mais atingida com a definição das vitórias de Dilma e Renan: se suas candidaturas tivessem ainda dependendo da conquista de votos, Ronaldo Lessa teria que ser mais bem tratado e estimulado.

Para a Câmara Federal, a chapa de Collor poderá eleger três deputados entre os quatro mais cotados, que são João Lyra, Célia Rocha, Francisco Tenório e Ada Mello: todos apóiam Dilma. Os três possíveis eleitos da chapa de Theo Vilela estão entre dos quatros que melhor aparecem nas pesquisas: Arthur Lira e Givaldo Carimbão, que votam em Dilma, e Rui Palmeira e Alexandre Toledo, que acompanham Serra. Nas hostes de Ronaldo Lessa o apoio à Dilma é total. A disputa das três vagas, que a coligação espera conquistar, se dá hoje entre Renan Filho, Joaquim Beltrão, Rosinha da Adefal e Maurício Quintela. Como se percebe, dos 12 candidatos que disputam as nove vagas, dez estão afinados com o projeto nacional de Dilma e dos três senadores, dois também estão no barco lulista. Com esses números, a coordenação nacional da campanha Dilma deve estar concluindo que Alagoas já cumpriu bem a sua meta. Então, até a próxima.