quarta-feira, 25 de junho de 2008

Baigon e seus SONS DA MADRUGADA


Após 30 anos de carreira acompanhando artistas locais e nacionais, Felix Baigon apresenta seu primeiro show autoral.

Felix Baigon iniciou sua carreira como diversos músicos de sua geração: dominando o instrumento de forma autodidata e tocando com os amigos em bares, boates e festivais universitários. Depois de várias temporadas no eixo Rio - São Paulo, de dividir o palco com renomados artistas nacionais e de produzir trabalhos de cantores alagoanos, ele apresenta pela primeira vez, em 30 anos de carreira, um show com as composições que produziu nesse período. No repertório de “Madrugada”, estão canções que dialogam com o Jazz, a Bossa Nova e a música produzida em Alagoas. O show será realizado no Teatro de Arena, no dia 03 de julho, como parte do projeto Instrumental no Arena.

Em sua trajetória, Felix Baigon atuou em orquestras como a Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, Orquestra Cuba Libre e Rio Jazz Orquestra. Com a Tabajara, fez temporada no Cassino Estoril, em Portugal. No Rio de Janeiro, durante a década de 1980, acompanhou artistas conhecidos nacionalmente, a exemplo de Jamelão, Nelson Gonçalves, Eliana Pitman, Jorge Vercilo, Rita Mansur, Suzy Quintella e da primeira formação da banda Celebrare. Participou ainda de musicais com os atores Luiz Armando Queirós e Beth Faria.

De volta à Maceió, nos anos 1990, passou a produzir os trabalhos de artistas alagoanos como Leureny, Mácleim, Júnior Almeida, Ricardo Mota, Chico Elpídio, Sóstenes Lima, Lucy Serralvo, Clarice Barreiros, Fernanda Guimarães e Irina Costa. Fora do Brasil, participou da Festa du Suds em Marselha/FR e apresentou-se nas cidades de Aix Provence e Montpelier, com os cantores alagoanos Júnior Almeida e Ricardo Mota. Viajou à Suíça, onde se apresentou no Montreaux Jazz Festival com a Maceió Jazz Orquestra do Maestro Ivanildo Rafael. Participou ainda do IIº encontro de arte e cultura na cidade de Serpa em Portugal, com o cantor baiano Del Yrerê.

Em 2007, voltou a atuar no eixo Rio/São Paulo. Participou do espetáculo Bibi Pop III, com a atriz e cantora Bibi Ferreira, realizando shows em Goiânia, Aracaju e Salvador, e fez parte da banda no espetáculo “Obra Viva de Baden Powell” no SESC Pompéia/SP, tocando com diversos artistas, como Yamandu Costa, Marcel Powell, Duofel, Paula Morelembaun, Dalilla Coult, Chico Pinheiro, Natan Marques e Paulo César Pinheiro. Atualmente, apresenta-se em espaços na noite de Maceió, tocando Jazz e Bossa Nova com os músicos Ricardo Lopes e Nailton Miranda Bateria, no Takê Rox; com Fernanda Guimarães, na Barraca Lopana e com o Power Jazz, no Bristô do Palato.

Sobre esse primeiro show, Felix Baigon fala: “Essas músicas traçam um painel da minha carreira. Considero esse show como o lançamento do meu primeiro projeto de música instrumental e um divisor de águas do trabalho do músico que sempre esteve acompanhando diversos artistas em quase trinta anos de carreira e o compositor que em alguns momentos pára para exercitar o seu processo de criação”.

O QUÊ: Show “Madrugada”, do baixista Felix Baigon

QUANDO: 03 de julho de 2008, 20h

ONDE: Teatro de Arena

QUANTO: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (estudante)

VENDA ANTECIPADA: Studio Poker, na Rua Lourenço Moreira da Silva, 48 – Jatiuca. Vindo pela Avenida Jatiuca no sentido Praia / Shopping é a 2ª Rua à esquerda, próxima ao Colégio Santa Úrsula. Telefone 8812 2142 com Saulo.

Músicos:

Nailton Miranda – Bateria

Jiuliano Gomes – Piano

Ricardo Lopes – Guitarra

Everaldo Borges - Saxofone (convidado especial)

Advogado Sávio Martins também vê ilegalidade no nome do viaduto

Parabéns por sua página na internet e pelo artigo que faz crítica ao nome do NOVO VIADUTO.
Esclareço, na condição de jurista, que a Lei n.º 6.454/97, que proíbe a atribuição de nome de pessa viva a qualquer bem público, LIMITA-SE EXCLUSIVAMENTE À ESFERA FEDERAL, ou seja, a bens e obras públicas da União e da Administração Pública Indireta (autarquias etc.), assim, NÃO SE APLICA AOS MUNICÍPIOS E ESTADOS, salvo se existirem Leis Estaduais ou Municipais a este respeito.
Por outro lado, a Constituição Federal de 1988, imbuída do espírito da fase de redemocratização do Brasil, estatui no seu art. 37 que a "A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA TEM POR PRINCÍPIO O DA IMPESSOALIDADE", desta forma, entendo, exclusivamente pelo lado técnico (deixando qualquer posição ideológica ou partidária de lado), que pelo fato do Sr. João Lyra ter sido deputado, candidato ao governo de Alagoas e ser influente na vida política, tal atribuição, embora entenda ser merecedora pelo referido empresário por ser o mesmo gerador de emprego e renda, OFENDE AO REFERIDO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE, por isso, é contrário ao ordenamento jurídico. Tal ilegalidade pode ser atacada pelo Ministério Público.
SAVIO L. A. MARTINS - Advogado

Lei Municipal também proibe homenagens a pessoas vivas

Não esperava que o assunto abordado no artigo anterior despertasse tanta polêmica. Mas foi o que aconteceu. Recebi várias mensagens -- muitas por e-mail --, comentando a idéia do rebatismo de vias e viadutos. Destaco o comentário do Daniel Moura por lembrar da lei municipal, que também proibe a homenagem a pessoas vivas, e por analisar a necessidade de viadutos. Eis o comentário:

Caro Ticianeli,

Há também a lei municipal n.º 5.593, de 08/02/2007, sancionada pelo próprio prefeito Cícero Almeida, chamada Código de Edificações e Urbanismo, disponível em www.maceio.al.gov.br. Segundo a lei:

Art. 85. Na denominação dos logradouros públicos, vias e obras de arte integrantes do sistema viário urbano, é proibido:
I – adotar nomes pertinentes a pessoas vivas;
II – adotar denominação igual à estabelecida a outro já existente;
III – alterar a denominação histórica tradicional.

Caros colegas leitores do blog,

Não sei quem foi que colocou na cabeça do brasileiro (e especialmente do maceioense) que as cidades precisam de viadutos? São Paulo está cheia de viadutos e é a cidade mais congestionada do país. Imagino que ainda seja resquício da época do Governo Juscelino, quando foi dado incentivo para que a indústria automobilística se instalasse no Brasil e foi inaugurada Brasília (cidade construída em função do automóvel e tida, por muitos, como exemplo de “cidade planejada” no Brasil).

Estamos andando na contra-mão daquilo que o resto do mundo vem realizando para melhorar a mobilidade urbana. As cidades ditas desenvolvidas estão investindo em transporte coletivo, em bicicletas e adotando medidas de "traffic calming", com o intuito de reduzir a velocidade dos veículos. As obras realizadas aqui em Maceió (não apenas por essa gestão) visam justamente o contrário. A própria SMTT justifica estar buscando “aumentar a velocidade média dos veículos” e para amenizar dizem que também pretendem “melhorar a segurança dos pedestres”. Onde é que um viaduto melhora a segurança dos pedestres?

Vide os atropelamentos que ocorreram próximo à Igreja Bonfim, na subida do viaduto do Poço. Como solução, a SMTT instalou um semáforo para que os pedestres pudessem atravessar. Aí, voltou ao que era antes. Para que servem os viadutos então?

domingo, 22 de junho de 2008

O nome do viaduto

Os jornais deste domingo anunciam que o prefeito de Maceió, Cícero Almeida, inaugurará um viaduto próximo ao Shopping e o batizará com o nome do industrial João Lyra. Como todos sabem o usineiro JL já foi deputado federal e candidato derrotado ao governo de Alagoas. É um cidadão em plena militância política e que, a partir desta segunda-feira, 22 de junho de 2008, terá uma propaganda permanente em uma via pública, conferindo-lhe uma vantagem para os próximos pleitos.

O estranho nisso tudo é que existe uma lei federal proibindo claramente a homenagens aos vivos por parte dos poderes públicos. A lei nº 6.454, de 24 de outubro de 1977, não deixa margens para a dúvida:

“Art 1º É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da Administração indireta”.

E qual é a punição para esse delito?

“Art 4º A infração ao disposto nesta Lei acarretará aos responsáveis a perda do cargo ou função pública que exercerem, e, no caso do artigo 3º, a suspensão da subvenção ou auxílio”.

Pode-se achar que esta é mais uma lei que não “pegou”, mas não é não: ela vem sendo aplicada em várias situações. O desembargador baiano Antonio Pessoa Cardoso, publicou no site da Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB, a seguinte informação: “No Rio de Janeiro, a pedido do Sindicato dos Advogados, o Corregedor Geral da Justiça do Trabalho, ministro Rider de Brito, impediu, em abril/2004, a colocação do nome do presidente do TRT/RJ na inauguração do prédio da Justiça Trabalhista. A placa com o nome do homenageado foi encoberta com tarja e posteriormente retirada”.

No município baiano de Piritiba, por determinação da Justiça, nomes de pessoas vivas que intitulavam ruas, avenidas, logradouros e órgãos públicos foram retirados. O promotor de Justiça José Carlos Rosa de Freitas ajuizou uma ação civil pública contestando as alterações promovidas pela câmara municipal de vereadores.

Em Sergipe, o juiz Leonardo Souza Santana Almeida, da 1ª Vara Cível da Comarca de Lagarto, atendendo a uma ação civil pública impetrada pelo promotor de Justiça Antônio César Leite de Carvalho, determinou que sejam encaminhados para a Câmara Municipal projetos de lei no sentido de dar outros nomes aos prédios e logradouros públicos, vedando-se o uso de nomes de pessoas vivas.

Sei que muitos dos homenageados fizeram por merecer. Para quem tem serviço prestado à sociedade é uma honraria ter seu nome imortalizado em um bem público. O problema é que vai se deixando acontecer porque o reconhecimento é justo e não demora as homenagens são transformadas em campanhas políticas. Não sei qual o entendimento do Ministério Público alagoano sobre essa questão, mas se for igual ao dos seus colegas de outros estados muitas homenagens teriam que ser desfeitas em Maceió, em compensação não correriamos mais o risco de vermos injustiças sendo cometidas pelo poder público.

Em tempo: faço a proposta de denominar o viaduto inaugurado de Silvio Vianna. É mais justo.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Resolução da ANS proibe caução em hospitais

Os operadores do direito costumam dizer que algumas leis não "pegam" porque não refletem um verdadeiro anseio popular. Não é o caso da questão tratada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS em uma Resolução de junho de 2003. A norma estabelece claramente que é vedada a exigência de caução no ato da prestação do serviço por parte dos planos e assistências de saúde. Se a lei não "pega" por falta de divulgação, então vamos fazer um esforço para que não se aceite mais esse abuso contra a cidadania. Divulgue.

RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN N.º 44, DE 24 DE JULHO DE 2003.

Dispõe sobre a proibição da exigência de caução por parte dos Prestadores de serviços contratados, credenciados, cooperados ou referenciados das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, no uso das atribuições que lhe confere o inciso VII do art. 4º da Lei n.º 9.961, de 28 de janeiro de 2000, considerando as contribuições da Consulta Pública nº 11, de 12 de junho de 2003, em reunião realizada em 23 de julho de 2003, adotou a seguinte Resolução Normativa e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação.

Art. 1º Fica vedada, em qualquer situação, a exigência, por parte dos prestadores de serviços contratados, credenciados, cooperados ou referenciados das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde e Seguradoras Especializadas em Saúde, de caução, depósito de qualquer natureza, nota promissória ou quaisquer outros títulos de crédito, no ato ou anteriormente à prestação do serviço.

Art. 2º Fica instituída Comissão Especial Permanente para fins de recepção, instrução e encaminhamento das denúncias sobre a prática de que trata o artigo anterior.

§ 1º As denúncias instruídas pela Comissão Especial Permanente serão remetidas ao Ministério Público Federal para apuração, sem prejuízo das demais providências previstas nesta Resolução.

§ 2º Os processos encaminhados ao Ministério Público Federal serão disponibilizados para orientação dos consumidores no site da ANS, www.ans.gov.br.

Art. 3º A ANS informará à operadora do usuário reclamante quanto às denúncias relativas a prestador de sua rede, bem como a todas as demais operadoras que se utilizem do referido prestador, para as providências necessárias.

Art. 4º Esta Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

JANUARIO MONTONE
Diretor – Presidente

Manifestantes antitaturânicos fecham Avenida





O colega Alan Celso, do Curso de Comunicação Social do Cesmac, flagrou esta manhã o início da manifestação que o MSCC promoveu na Av. Durval de Goes Monteiro, imediações do Parque das Flores. O protesto tem como segmento social mais mobilizado os sem terra e cobra uma punição mais efetiva contra os deputados envolvidos em crimes pela Operação Taturana. Veja as fotos do Alan Celso.

terça-feira, 17 de junho de 2008

KALANKÓ RETOMA TERRA NO ALTO SERTÃO DE ALAGOAS

Jorge Vieira – Cimi/NE

As 77 famílias Kalankó retomaram parte de sua terra tradicional. Desde as 23 horas do dia 12 de junho, carregando crianças, animais, vasilhas e alimentação, estão ocupando parte da terra onde seus antepassados plantavam, caçavam e faziam roças. Depois de 10 anos de espera pelos órgãos públicos para identificar o território tradicional, os Kalankó cobram da Funai a demarcação da terra. Sem ter onde trabalhar, os indígenas estão preocupados com a omissão dos órgãos públicos e com os fazendeiros que querem desmatar o que resta da vegetação nativa para o desenvolvimento da pecuária.

A aldeia está localizada na zona rural, entre os municípios de Água Branca e Mata Grande, alto Sertão de Alagoas e limite com os estados de Pernambuco e Bahia, a cerca de 380 km de Maceió. As 338 pessoas estão distribuídas nas aldeias Lajeiro do Couro, Januária, Gregório, Gangorra, Quixabeira e Santa Cruz do Deserto.

Até a segunda metade da década de 1990, os Kalankó eram confundidos com os sertanejos da região. No cotidiano, trabalham de diarista nas fazendas, cuidam dos animais, usam chapéu de couro e cultivam roças de feijão de cordas, carioca, milho, andu, fava e a palma para alimentar os animais em período de seca. A adaptação à realidade e convivência com o sertanejo, permitiu a não diferenciação da identidade étnica pelos pela sociedade envolvente. Como afirmou o fazendeiro José Roberto quando assumiram que eram Kalankó: “eles sempre trabalharam comigo e nunca disseram que eram índios”.

Descendentes dos Pankararu do Brejo dos Padres, nos municípios de Tacaratu e Petrolândia, migraram no século XIX para o alto Sertão de Alagoas em busca de espaço para viver com suas famílias. Na época, a terra ainda se encontrava livre do domínio dos Barões e “coronéis” do Nordeste. Tempos depois, com o crescimento populacional e o domínio político, os kalankó forma perdendo suas terras e se transformando em mão-de-obra dos fazendeiros e, no período de seca, bóia-fria nas usinas de cana-de-açúcar.

Depois de 10 anos de luta pelo reconhecimento da cultura, os Kalankó fortaleceram suas organizações internas e articulação com os outros povos indígenas e aliados, resolveram começar a retomada do seu território tradicional, exigindo da Funai, com entrega de documento, a imediata criação do Grupo de Trabalho para identificação e demarcação do território tradicional.

domingo, 15 de junho de 2008

Walt Whitman, Marx e a revolução de 1848

Há mais que um paralelismo histórico entre o poema “Resurgemus”, o primeiro publicado por Walt Whitman, que publicamos a seguir na tradução de Rodrigo Garcia Lopes e o “Manifesto Comunista” de Marx e Engels. Marx tinha, então, 30 anos e aquele que, segundo Ezra Pound, “é para a América o que Dante é para a Itália”, 29 anos. Ambas as peças, o poema e o manifesto, têm inspiração direta nas revoluções européias de 1848, que têm como epicentro a França.
Walt Whitman está, então, em New Orleans, cidade sulista povoada de refugiados europeus e que pulsa forte com as notícias do além-mar. “Todo o mundo está em comoção”, escreve Whitman: “em toda parte o povo se levantou contra as tiranias que o oprimem.” O poeta americano, sintonizado com o crescente movimento abolicionista, chega a editar um jornal (“Freeman”, do Brooklin em New York) e chega a participar como delegado na histórica convenção nacional do “Solo Livre”, quando 30 mil delegados de todo o país celebram o movimento que lutava pela aprovação de uma lei de abolição da escravidão em todo o território novo anexado.

Marx, em 1848, exilado na Bélgica, tem a sua entrada agora permitida na França revolucionária e, em abril, desloca-se para Colônia, na Alemanha, onde em junho, com Engels, prepara a criação de um jornal diário, a “Nova Gazeta Renana”, “órgão da democracia”.

Paul Zweig, autor do belíssimo “Walt Whitman. A formação do poeta” (Jorge Zahar Editor, 1988), mostra como “o estilhaçamento do sonho democrático trouxe mudanças ao pensamento de Whitman, que foram definitivas e que, em última instância, fizeram dele um poeta.” Marx termina o ano de 1848, com o luto das revoluções frustradas, afirmando que “na Alemanha uma revolução puramente burguesa (...) é impossível” e que “só é possível a contra-revolução absolutista feudal ou a revolução social-republicana”.
Para Marx, os anos 50 seriam anos penosos de construção da sua obra magna “O Capital”. Para Whitman, seriam os anos mais fecundos da sua vida, resultando na criação de “Folhas da relva”, a mais alta utopia cósmica e erótica democrática da poesia moderna.

Resurgemus

De repente de seu covil urinado e sonolento, covil de escravos
A Europa desperta feito um relâmpago... meio surpresa consigo,
Pés sobre cinzas e farrapos... Suas mãos esganando a garganta dos reis.

Ah, fé e esperança! Ah, doloridos fechos de vidas!” Tantos doentes de coração!
Concentrem-se neste hoje, e se refaçam.

E vocês, pagos para corromper o Povo... prestem atenção, mentirosos:
Não foi por agonias infinitas, assassinatos, luxúrias,
Para a corte roubar em suas miríades de formas mesquinhas,
Parasitando os salários de fome dos pobres;
Promessas demais foram juradas pelos lábios dos reis, E quebradas, por isso motivo de riso

E que estando no poder, não foi por isso que ressoamos golpes de vingança pessoal
...ou rolam as cabeças dos nobres;
O Povo tinha nojo da ferocidade dos reis.

Mas a doçura do perdão destilou uma destruição amarga, e os regentes assustados retornaram:
Cada um paramentado com seu séqüito... carrasco, padre e coletor de impostos... soldado, advogado, carcereiro e delator.

Por trás de tudo, repare, tem uma Forma,
Vaga como a noite, interminavelmente drapejada, testa e forma em dobras Escarlates,
Com face e olhos que ninguém pode ver,
Fora de seu manto apenas isso... os mantos mesmos, vermelhos, erguidos
pelo braço,
Um dedo aponta longe para cima, como cabeça de serpente aparecendo.

Enquanto isso cadáveres jazem em túmulos recentes... cadáveres
ensaguentados de jovens;
A corda da forca baqueia com força... as balas dos príncipes voam... os
Poderosos gargalham,
E todas essas coisas geram frutos... e eles são bons.

Cadáveres de jovens,
Esses mártires pendurados nas forcas... com os corações varados de Chumbo,
Frios e imóveis parecem... viver em algum lugar com um vitalidade
imassacrável.

Eles vivem em outros jovens, oh, reis,
Vivem em seus irmãos, de novo prontos pra desafiar vocês:
Foram purificados pela morte... Foram ensinados e exaltados.

Não há túmulo de alguém assassinado pela liberdade onde não
cresça a semente
da liberdade... que por sua vez gera sementes,
que o vento leva pra longe e re-semeia, sendo nutridas por chuvas
e neves.

Não há espírito capaz de deixar livres as armas dos tiranos,
Mas se impõe invisivelmente sobre a terra... sussurando e aconselhando e
Prevenindo.

Que outros se desesperem com você, liberdade... eu nunca me desespero.

A casa está fechada? O professor saiu?
No entanto fique esperto... e não se canse de esperar,
Ele logo vai voltar...seus mensageiros estão chegando.

Fonte: Portal da Fundação Perseu Abramo

terça-feira, 10 de junho de 2008

A Brasilidade Nordestina

O CESMAC e a família do Dr.Beroaldo Maia Gomes promovem o lançamento póstumo do livro de Carla Nogueira Gomes A Brasilidade Nordestina; a definição de um espaço e de uma cultura nordestina na década de 20. A obra é baseada na Dissertação apresentada por Carla à banca da Universidade Federal de Pernambuco em1989.
O evento vai acontecer no Auditório da Faculdade de Comunicação e Educação do CESMAC - FECOM, na rua Ângelo Neto, Farol (antigo Colégio Guido), às 17 horas do dia 18 de junho (quarta-feira). A apresentação do livro ficará sob a responsabilidade do professor e cientista político Doutor Michel Zaidan, da Universidade de Federal de Pernambuco.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Eleições municipais federalizadas

Qualquer alagoano de bom senso sabe reconhecer a importância para o nosso estado das ações do governo federal. O deputado Judson Cabral (PT), em recente pronunciamento na Assembléia Legislativa, destacou alguns números dos investimentos executados o ano passado em Alagoas. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o programa Bolsa Família recebeu R$ 27,5 milhões para atender cerca de 354 mil famílias. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) foi atendido com R$ 6,2 milhões, que beneficiaram no ano passado a 35 mil crianças. Ainda no ano de 2007, os recursos destinados a idosos e pessoas com deficiência chegaram a R$ 278,8 milhões. Com o anúncio dos investimentos do PAC, Alagoas passou a ser um dos estados, proporcionalmente, mais beneficiados do Brasil com verbas federais.

Não é difícil compreender que, em um estado pobre como o nosso, interessa muito ao eleitor identificar que projetos políticos estarão em disputa este ano.

O que vai estar em julgamento não são somente aspectos éticos e gerenciais da política -- apesar de que se isso acontecesse, já seria um grande passo para nos livrarmos de entraves importantes para o desenvolvimento do nosso estado --; o eleitor, ao final das contas, estará escolhendo entre o fortalecimento de uma proposta política baseada em um estado fortemente indutor de um desenvolvimento com distribuição de renda, ou mergulhará nas questões paroquiais e correrá o risco de permitir o retorno do projeto neoliberal e seus vendilhões do patrimônio público, devidamente maquiados por uma aparente capacidade realizadora de obras.

São eleições municipais, mas o que está em jogo é o futuro de um país que abriga uma Alagoas pobre e ainda, infelizmente, dependente das ações do governo federal. Enquanto perdurar este quadro, qualquer eleição por aqui é federalizada.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Trânsito: a lógica da incompetência

Simceramente, admito que não consigo acompanhar a lógica que norteia algumas definições do trânsito de Maceió. Vou discutir duas delas, mas sei que existem outras. A primeira delas é entender o porque da permissão para estacionar em alguns trechos perigosos da Av. Humberto Mendes, aquela que margeia o Salgadinho. Quem desce a Ladeira Geraldo Melo, mais conhecida como da Rodoviária, e passa por baixo do elevado, logo na primeira curva se depara com vários automóveis, inclusive caminhões, estacionados no lado direito da via. Ali é permitido estacionar. Mais à frente, nos fundos do CEFET, sem nenhuma curva perigosa, é proibido estacionar. Ultrapassado os trilhos da Buarque de Macedo, o trânsito é maior e, no entanto, é permitido estacionar.
O segundo caso é o do trecho que liga a Praça Montepio dos Artistas, onde está a OAB, à Praça D. Pedro II, da Assembléia Legislativa. Ao lado do antigo Produbam o estacionamento foi liberado nos dois lados da via, deixando uma só faixa de rolamento no centro. Na Rua 2 de dezembro há uma placa proibindo estacionar que ficaria melhor se oficializada como ponto de táxi, já que lá sempre se encontra um ou dois automóveis á espera de passageiros. Não há policiamento algum para impedir o abuso.
Como usuário, verifico que são situações fáceis de resolver e, no entanto, teimam em continuar a testar a nossa paciência.