quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Operação Gaturana atinge deputado

A nossa representação parlamentar é realmente muito ruim. É claro que ressalvo as exceções, porque elas, felizmente, existem. Constatar isso não me alegra. Mas é melhor ver os deputados que cometeram crimes punidos, do que assistir a impunidade rindo na nossa cara. O desgaste de um poder como a Assembléia Legislativa - por enquanto só ela -, pode, num primeiro momento, fortalecer o discurso de que a política é coisa ruim, associada a tudo o que não presta, contudo, serve também para mobilizar a cidadania. A indignação termina por trazer o eleitor a raciocinar melhor sobre o ato de votar, quando não o faz participar ativamente da POLÍTICA.
Mesmo, movido por essas preocupações, tenho que reconhecer que existem políticos que superam as expectativas na arte de desrespeitar o povo. Ainda se acham "otoridades" acima da lei. É revoltante ver, nos meios de comunicação, a notícia de que o deputado Marcelo Victor tem um mandato de prisão expedido contra ele, por ter agredido a um funcionário da CEAL que desmontava um "gato elétrico" em sua residência. O parlamentar explicou que não tinha “gato” e que só pagava R$ 75,00 de energia por morar numa casa humilde. Sem comentários.
O pior é que o deputado não esta só. A CEAL vem denunciando, há algum tempo, que existem usuários de energia, ditos ricos, que se negam a pagar suas contas e buscam até o apoio da Justiça para continuarem sem serem incomodados pelos alicates da empresa.
A verdade é que as classes dominantes de Alagoas construíram essa cultura da impunidade com mais competência e violência do que seus iguais do resto do país. Aqui ainda vale “o não pago e se reclamar apanha ou morre” ou o “poder público começa por mim e termina com a minha família”. Felizmente já dá para assistir, de vez em quando, um desfile deles em direção à Polícia Federal.

Um comentário:

Nadja Marinho disse...

Caro Ticianeli,

Cheguei ao teu blog por meio de indicação de um amigo. Porém, tal assunto é tão instigante que desta vez não ficarei só na leitura.
Costumo dizer que nós vivemos num estado lindo, mas com ares provincianos. Os Senhores de Engenho são, em sua maioria, detentores de cargos eletivos e nós, pobres escravos, trabalhamos para que eles continuem a enriquecer as nossas custas.
A diferença, nesta analogia, é que hoje além de se apoiarem no trabalho alheio eles roubam descaradamente os cofres públicos. Além disso, mostram, mais descaradamente ainda, que existe muita gente com rabo preso neste estado - é só analisar as decisões do TJ acerca das taturanas.
Mas quanto a essa do gato... Lastimável!

Abraços

Nadja