sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Álvaro Dias (PSDB) votou contra transparência no Senado

O senador Álvaro Dias está ''indignado'' com o suposto uso irregular de cartões corporativos do governo federal. Desde que retornou de suas prolongadas férias, ele não perde nenhuma oportunidade para falar à imprensa sobre a necessidade de investigar e tornar transparentes os gastos federais.
Nesta quinta-feira (7), por exemplo, ele cobrou do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, que encaminhe um requerimento de informações sobre os gastos realizados por integrantes do governo federal com cartões corporativos, inclusive aqueles realizados pela Presidência da República.
O senador sugeriu que seja dado um prazo de dez dias para que o governo responda ao requerimento. Caso as informações continuem a ser negadas, Alvaro Dias assinalou que a Presidência do Senado deve tomar as medidas judiciais cabíveis, uma vez que o não-cumprimento da solicitação configura crime de responsabilidade. ''A Constituição nos assegura a prerrogativa dos pedidos de informações. A ausência de resposta implica crime de responsabilidade. Cabe ao Senado, na defesa da sua prerrogativa, que é essencial para a tarefa fiscalizadora e, sobretudo, na preservação da sua imagem e do seu conceito, uma atitude rigorosa em relação a essa questão'', reclamou o senador.
Mas este mesmo indignado senador tucano, que agora cobra transparência total do executivo, é o mesmo que no ano passado articulou para que fossem mantidos sob sigilo os dados relativos às suas próprias despesas com dinheiro público.

Demos e tucanos contra a transparência


No dia 23 de outubro de 2007, a Mesa do Senado rejeitou a proposta do presidente interino da Casa, senador Tião Viana (PT-AC), que tornaria obrigatória a divulgação na internet da prestação de contas dos parlamentares sobre a utilização dos recursos da chamada ''verba indenizatória''. Álvaro Dias foi um dos membros da mesa que votaram contra a proposta de Viana.
Tanto deputados quanto senadores recebem R$ 15 mil mensais para despesas relacionados ao mandato, em Brasília e nos Estados. Tião Viana afirmou que sua proposta tinha por objetivo dar transparência às atividades dos parlamentares, mas nenhum dos outros integrantes da Mesa concordou com ele. Todos votaram contra a proposta. Incluindo os representantes do DEM e do PSDB, partidos que hoje vociferam palavras de ordem a favor da transparência.
A autorização para a divulgação dos dados relativos à verba indenizatória do Senado só foi aceita vários dias depois, no dia 7 de novembro de 2007, após Viana conseguir vencer as resistências dos parlamentares que antes tinham dito não à transparência. Mas, até hoje, nenhum dado foi divulgado. O Senado prometeu nesta quinta-feira (7) que a partir de março de 2008 os dados estarão disponíveis na internet.
Do Portal Vermelho

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