quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O pensamento de Fidel Castro

A REVOLUÇÃO

"Condenem-me, não importa. A história me absolverá"
Durante seu julgamento, em 16 de outubro de 1953, por liderar a tentativa de tomada do quartel Moncada

"É preciso saber usar as armas que se tem e é preciso se distanciar totalmente de todos os livros e de todas as fórmulas das academias"
Revelando o que julga ser o segredo do sucesso militar

"A Igreja de Cuba não era popular, não era propriamente uma Igreja do povo, não era a Igreja dos trabalhadores, dos camponeses, dos favelados, dos setores humildes da população"
Em "Fidel e a Religião"

"Posso dizer agora, 46 anos depois do triunfo, que o que alcançamos está muito além dos sonhos que podíamos conceber na época, e éramos bastante sonhadores no início"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes" (editora Boitempo)

"Esta revolução pode ser destruída. Nós poderemos destruí-la se não formos capazes de corrigir nossos erros. Se não conseguirmos pôr fim a muitos vícios: muito roubo, muitos desvios e muitas fontes de abastecimento de dinheiro dos novos-ricos"
Em "Biografia a duas vozes"

"Isso já não é somente uma questão de princípios ou uma questão de ética, mas é, inclusive, de certo modo, uma questão de estética. Estética em que sentido? Penso que a revolução é uma obra que deve ser aperfeiçoada; em suma, é uma obra de arte"
Em entrevista a Frei Betto, no livro "Fidel e a Religião" (editora Brasiliense, 1ª edição de 1985)

"Com a Revolução, o povo começou a ser soldado, funcionário, administrador, parte da ordem social, do Estado e da autoridade. De modo que, se em princípios do século 18 um rei absolutista da França pôde dizer: 'O Estado sou eu', em 1959, quando triunfou a Revolução e o povo chegou ao poder, se armou e defendeu o país, então o cidadão comum pôde dizer: 'O Estado sou eu'"
Em "Fidel e a Religião"

"Desenvolvemos uma guerra de movimento, como já disse, de atacar e retirar-se. Surpreendê-los. Desenvolvemos a arte de confundir as forças adversárias, para obrigá-las a fazer o que queríamos"
Explicando a estratégia de guerra irregular empregada na revolução cubana, em "Biografia a duas vozes"

"A nossa revolução é um exemplo do que significa acreditar nos homens, porque nossa revolução começou do nada. Não tínhamos uma única arma, não tínhamos um único tostão, os que iniciaram a luta eram completamente desconhecidos e, ainda assim, enfrentamos aquele poderio"
Em discurso em 1987, publicado em "Che na Lembrança de Fidel" (Casa Jorge Editorial, 1997)

O SOCIALISMO E A URSS

"Em certo ponto, chegamos à conclusão de que, se fôssemos diretamente atacados pelos EUA, os soviéticos jamais lutariam por nós"
Comentando a Guerra Fria, em 2003

"Na URSS houve fenômenos históricos que não ocorreram aqui. O fenômeno do stalinismo não se deu aqui; não se conheceu nunca no nosso país um fenômeno dessa natureza, de abuso do poder, de autoridade, de culto à personalidade. Aqui, desde o início da Revolução, foi feita uma lei que proibia pôr o nome de dirigentes em uma rua, em uma obra, em uma estátua. Aqui não há retratos oficiais nas repartições públicas"
Em "Biografia a duas vozes"

"É o que queremos ser: comunistas! É o que queremos continuar sendo: comunistas! Essa é a nossa vanguarda, uma vanguarda de comunistas! Esse é o nosso Congresso: o Congresso dos comunistas e de um povo que o apoiou, um povo de comunistas. Não existiu, nem existe nem existirá força no mundo capaz de impedi-lo"
Em informe ao 2º Congresso do Partido Comunista Cubano, em 1980 (publicado no Brasil como "Retrato de Cuba", editora Quilombo, 1ª edição em 1981)

"O socialismo não chegou aqui por clonagem, nem por inseminação artificial. Eu não conhecia, em janeiro de 1959, um único soviético"
Negando o auxílio de comunistas antes da vitória da revolução cubana, em "Biografia a duas vozes"

AUTOAVALIAÇÃO, LEGADO

"Não sei o que pretendem com essa coisa tão ridícula. Não tenho nem um centavo meu, não administro um centavo. Terei a glória de morrer sem uma divisa convertível".
Sobre a revista Forbes colocá-lo como um dos chefes de Estado mais ricos do mundo, no livro "Biografia a duas vozes"

"Ao longo dos anos, a influência, o poder, em vez de irem me transformando negativamente, a cada dia sou menos vaidoso, menos pretensioso, menos auto-suficiente".
Em 2003, no livro "Biografia a duas vozes"

"O que é um ditador? É alguém que toma decisões arbitrárias, unipessoais, por cima das leis, que não obedece a nada além de seus póprios caprichos ou sua contade. Eu não tomo decisões unipessoais. Este não é sequer um governo presidencialista. Nós temos um Conselho de Estado. Minhas funções de dirigente fazem parte de um coletivo. As decisões importantes são analisadas, discutidas e sempre tomadas coletivamente. Não posso nomear nem o mais humilde funcionário público"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes"

"Sou contrário a tudo que possa parecer um culto à personalidade, e você pode constatar, eu já falei disso, que neste país não há uma única escola, fábrica, hospital ou edifício que tenha meu nome. Não há estátuas minhas e praticamente nenhum retrato meu"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes", quando questionado sobre as diferenças entre o regime cubano e o soviético

"As próximas gerações nos verão como vemos o homem primitivo, tenho essa convicção. Talvez se recordem de uma etapa histórica em que a humanidade quase desapareceu, em que ocorreram coisas terríveis, de quando éramos bárbaros incivilizados"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes", quando questionado sobre seu legado

"Dediquei toda minha vida a lutar contra a injustiça, contra todo tipo de opressão, a servir os outros, a praticar e difundir a solidariedade"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

"Se você chama de liberdade de imprensa o direito de contra-revolucionários e dos inimigos de Cuba de falar e escrever livremente contra o socialismo e contra a Revolução, eu diria que não estamos a favor dessa 'liberdade'. Enquanto Cuba for um país bloqueado pelo império, atacado permanentemente, vítima de leis iníquas como a Helms-Burton, um país ameaçado pelo próprio presidente dos EUA, não podemos dar essa liberdade aos aliados dos nossos inimigos cujo objetivo é lutar contra a razão de ser da sociedade"
Argumentando contra as críticas às restrições à liberdade de expressão em Cuba, no livro "Biografia a duas vozes"

"Quem teme o pensamento livre não educa os povos, não os ajuda, não se esforça para que adquiram o máximo de cultura, de conhecimentos históricos e políticos os mais diversos e para que apreciem as coisas pelo valor em si, e que as coisas saiam de suas próprias cabeças"
Argumentando contra as críticas às restrições à liberdade de expressão em Cuba, no livro "Biografia a duas vozes"

"Como falar em liberdade de expressão em países que têm 20% ou 30% de analfabetos e 80% entre analfabetos plenos e funcionais? Com que critério, com que elementos podem opinar"
Argumentando contra as críticas às restrições à liberdade de expressão em Cuba, no livro "Biografia a duas vozes"

DIREITOS HUMANOS

"Em todos os lugares, em todas as épocas, os atos daqueles que agiram contra seu país a serviço de uma potência estrangeira sempre foram considerados terrivelmente graves. Ninguém pode mencionar um único caso de tortura, de assassinato, de 'desaparecimento', algo tão comum e corrente na América Latina"
Justificando repressão a dissidentes em Cuba

"Fomos muito violentos, mas devo dizer que alguns métodos usados hoje em lutas politicamente justas na Chechênia, no Iraque, na Palestina, como o atentado suicida contra civis, o rapto e decapitação de não-combatentes, bombas em escolas nós jamais utilizamos"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes"

"Acredito que não haja um país com histórico mais limpo em matéria de direitos humanos do que Cuba. No terreno da educação e da saúde não há nenhum país no Terceiro Mundo, e até no mundo capitalista desenvolvido, que tenha feito o que nós fizemos. A mendicância, o desemprego, foram erradicados. Os vícios, o consumo de droga, o jogo, também desapareceram. Você não encontrará aqui crianças pedindo esmolas, dormindo na rua, descalças ou desnutridas"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes"

"Hoje o país se concentra nas batalhas, lá em Genebra, na comissão de Direitos Humanos da ONU, onde todo mundo sabe o show que é promovido ano após ano, as mentiras e as calúnias que dizem ali contra nós. O mundo não fica sabendo que 80% das medidas em defesa dos direitos humanos que essa comissão aprova são propostas de Cuba"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes"

EUA E AMÉRICA LATINA

"Os mexicanos e os argentinos que saem de seus países são chamados de imigrantes. Todos os que saem de Cuba são exilados"
Defendendo a idéia de que boa parte dos cubanos que vão aos EUA o fazem por motivos econômicos, em 2004

"Desde o primeiro momemnto, o governo norte-americano tratou de criar uma imagem desfavorável da Revolução Cubana. Fizeram grandes campanhas publicitárias contra nós, grandes tentativas de isolar Cuba. Para frear a influência das idéias revolucionárias. Romperam as relações diplomáticas em 1960 e adotaram medidas de bloqueio econômico"
Argumentando contra as críticas às restrições à liberdade de expressão em Cuba, no livro "Biografia a duas vozes"

"Fracassado o 'milagre brasileiro', evidenciado o papel nefasto das empresas multinacionais e do capital estrangeiro que introduziram deformações perigosas na economia brasileira, resta, entretanto, o fato de que o crescimento econômico - desigal, porém notável - do Brasil introduz interesses que se chocam com os do imperialismo norte-americano. A inevitável tendência econômica converte o Brasil num contraditor em potencial dos Estados Unidos"
Em "Retrato de Cuba"

"Que me cortem a mão se alguém encontrar uma única frase dita com o propósito de rebaixar o povo americano. Seríamos fanáticos ignorantes se puséssemos a culpa no povo americano pelas diferenças entre os governos"
Após dizer que sentia "aperto no coração" ao pensar nas vítimas do 11 de setembro

SOCIEDADE

"É a educação que transforma um animalzinho em homem. Ele nasce com todos os instintos: egoísmo, mil coisas. São instintos; mas ele vai lutando contra os instintos"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes"

"A sociedade de consumo é uma das mais tenebrosas invenções do capitalismo desenvolvido. Tento imaginar 1,3 bilhão de chineses com o nível de motores e automóveis dos EUA. Não posso imaginar a Índia, com 1 bilhão de habitantes, vivendo em uma sociedade de consumo. Essa ordem é incompatível com os recursos essenciais limitados e não-renováveis do planeta e com as leis que regem a natureza e a vida"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes"

"A ética não é uma simples questão moral, é que a ética rende frutos"
Explicando os motivos que levaram os rebeldes cubanos a cuidar de inimigos feridos durante a luta para chegar ao poder

"A gente pensa que o dinheiro é decisivo. Errado. O nível de conhecimento e educação que as classes têm é que é decisivo"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes"

Fonte:UOL

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