quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A taturana e a folha 108

O folclore político brasileiro é muito rico em ensinamentos. Os mineiros são sempre citados como os que mais exercitam esse saber, e Tancredo Neves é um dos mais conhecidos dentre eles. Lembro isso para tentar entender o que aconteceu na relação entre a Assembléia Legislativa de Alagoas e o advogado e ex-procurador-geral daquela casa, Mendes de Barros. A princípio, parece-me que a esperteza que levou o grupo a ser indiciado pelo sumiço de 200 milhões, descambou para o mais ingênuo primarismo ou, para a falta de cuidados dos que têm a mais extrema das certezas da impunidade.
Se os deputados tivessem conhecimento da experiência mineira de Tancredo prestariam mais atenção a uma das suas célebres frases: "...telefone só deve ser utilizado para marcar encontro e, de preferência, em lugar errado...". Como, felizmente para nós, não fizeram isso, incorreram num segundo erro, que também poderia ter sido evitado se tivessem lido esse outro ensinamento do falecido Presidente Tancredo: "só se convoca uma reunião quando já se sabe o resultado dela!" Contrataram o Dr. Mendes de Barros na esperança de que o experiente advogado emprestaria o seu nome e conhecimento para "justificar" o injustificável. O tiro saiu pela culatra. Mendes jogou mais lenha na fogueira ao divulgar a "folha 108”. Agora veio a demissão. Ou seja: disseram claramente que não estão interessados em apurar seriamente nada. Já sabíamos: raposa não pode tomar conta do galinheiro.

Nenhum comentário: