quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Facebook: caiu na rede é lucro

Edberto Ticianeli

O Facebook tem bons motivos para comemorar a sua performance no Brasil e no mundo. No país do futebol conseguiu derrubar a liderança do Orkut. No desempenho global a empresa conseguiu dobrar a sua receita no primeiro semestre do ano, chegando a US$ 1,6 bilhão. O lucro líquido da empresa nos primeiros seis meses do ano pode chegar aos US$ 500 milhões.

Segundos dados atribuídos ao Ibope Nielsen Online, o Facebook fechou agosto com mais de 30 milhões de usuários somente no Brasil. No planeta são mais de 750 milhões de usuários. Esses resultados elevam o valor da empresa para alguma coisa em torno dos US$ 80 bilhões.

Criado em 4 de fevereiro de 2004 para servir ao restrito grupo de estudantes da Universidade Harvard (Cambridge, Massachusetts), o Facebook detém, há muito tempo, o primeiro lugar entre as redes sociais em todo o planeta, segundo o "Ad Planner Top 1000 Sites", que verifica os acessos a todos os sites do mundo, usando o recurso de busca do Google.

Seu criador foi Mark Zuckerberg, na época um jovem estudante de Harvard. A sua rede se expandiu rapidamente e, em apenas dois meses, já abrangia o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), à Universidade de Boston, o Boston College e a todas as escolas Ivy League.

Em 2005, outras universidades individuais e pessoas com e-mail de universidades também foram selecionadas para se integrarem à rede. Um ano depois já eram aceitos estudantes secundaristas e algumas empresas. Foi somente a partir de 11 de setembro de 2006 que a rede se abriu para qualquer pessoa com mais de 13 anos de idade.

A trajetória de um jovem brilhante e inteligente, que criou uma das mais valorizadas empresas do mundo, tem estimulado muitos seguidores. Milhares de jovens em todo o mundo são levados a acreditar que uma boa idéia no momento certo é suficiente para o sucesso no competitivo mundo dos negócios. A verdadeira história é outra.

Independente da polêmica sobre quem teve a ideia de criar a rede social, se Mark Zuckerberg ou os gêmeos Winklevoss, o fato é que "The Facebook" nasceu como resultado de vários investimentos, destacando o brasileiro Eduardo Saverin como o primeiro que colocou dinheiro na empresa.

Percebendo a rápida expansão do Facebook,  Zuckerberg construiu parcerias com investidores de peso. No final de 2004 já estava em Palo Alto, Califórnia onde se juntou com Adam D'Angelo e Sean Parker para receberem um investimento de US$ 500,000 do co-fundador do PayPal, Peter Thiel.

Em maio de 2005, recebeu US$ 12,8 milhões de capital da Accel Partners. Em 23 de agosto de 2005, o The Facebook compra o domínio facebook.com da Aboutface por US$ 200,000 e descarta definitivamente o "The" de seu nome.

A revista BusinessWeek noticiou, em março de 2006, que o Facebook havia recusado uma oferta de $750 milhões, por estimar que valia $2 bilhões. Em abril, Peter Thiel, Greylock Partners e Meritech Capital Partners investiram um adicional de US$ 25 milhões na empresa.

Em maio de 2007, o Facebook adicionou classificados grátis em seu website: o Facebook Marketplace, e em julho anuncia sua primeira aquisição: Parakey, Inc, de Blake Ross e Joe Hewitt. Em outubro, a Microsoft compra 1.6% do Facebook por US$ 240 milhões. Em 30 de novembro de 2007 o bilionário chinês Li Ka-Shing investe $60 milhões no Facebook.

Como se percebe, o Facebook não tem nada de aventura digital de um jovem nerd americano. Na realidade sempre foi um grande empreendimento capitalista com retornos financeiros cada vez maiores. Lembre-se disso toda vez que você curtir um post: a rede é social, mas tem dono e dá lucro (ao dono).

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