domingo, 9 de outubro de 2011

O mundo sob a ameaça fundamentalista dos EUA

Edberto Ticianeli
Mitt Romney

Os EUA impuseram ao mundo a ideia de que o fundamentalismo é uma prática religiosa dos povos árabes. Com o poderio midiático ao seu dispor, eles conseguiram estabelecer no senso comum que o terrorismo é um subproduto desses grupos extremistas.

Entretanto, quem se debruçar mais acuradamente sobre a história recente da humanidade descobrirá que, quase sempre, por traz de um belo discurso de combate ao fundamentalismo árabe, se esconde o desejo agressivo de se justificar um ato violento na disputa por interesses econômicos.

É obvio que o fundamentalismo de qualquer religião ou seita, e em qualquer parte do mundo, guarda uma perigosa carga de irracionalidade e deve ser observado com preocupação. Mas, quando a demonstração de irracionalidade é de um líder político que pode vir a ser presidente dos EUA, o mundo deve tremer.

Vejam o que disse o pré-candidato republicano à presidência dos EUA, Mitt Romney, na última sexta-feira (07/10), quando discursava em um colégio militar no estado da Carolina do Sul. “Deus não criou este país para que fosse uma nação de seguidores. Os EUA não estão destinados a ser um dos vários poderes globais em equilíbrio”, disse Romney.

E agora? Quem são os fundamentalistas? O cidadão está em primeiro lugar nas intenções de voto entre os pré-candidatos republicanos e abre a boca para dizer a sandice que Deus criou os Estados Unidos com a missão de comandar o mundo. Ele argumenta que “os EUA devem conduzir o mundo ou outros o farão”, como se o mundo precisasse de condutor.

Para ser eleito presidente, Romney vende a imagem de que é a melhor pessoa para manter os EUA no topo do mundo, se colocando em contraposição a Obama. Para ele, o atual presidente enfraquece o papel de liderança dos EUA, colocando o país em perigo.

Para que não haja dúvidas sobre suas intenções agressivas, o candidato republicano anuncia: “Deixem-me ser claro: como presidente dos Estados Unidos, eu me dedicarei a um século americano. Nunca, jamais, pedirei perdão em nome dos EUA”.

Nesse caso, é melhor deixar o Obama. "Yes, we can" ("sim, nós podemos"). Afinal, a democracia bipartidária americana não tem muita opção.

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