quarta-feira, 8 de junho de 2011

Uma cidade outrora sorriso

Nosso amigo Lula, o Luiz Antonio Jardim, teve mais uma das suas lojas arrombada nesta madrugada. Esse é o desabafo dele.

Anda assustada! Resta um sorriso amarelo. Maceió acolhedora, relaxante, dá lugar a uma população ressaltada com tantos roubos, tantos assaltos, assassinatos e tanta violência. Se existia um pano que encobria as ocorrências em sofridos bairros de periferia, de há muito o sentimento de insegurança tomou conta de toda a Capital. Nos noticiários acumulam-se ocorrências diárias incontáveis: assaltos a transeuntes, assaltos a lojas, postos de combustíveis, consultórios, restaurantes, mercadinhos, assassinatos, agressões. Muitos estabelecimentos pensando em fechar de vez. Detemos o inglório título, segundo dados do Ministério da Justiça, de capital mais violenta do violento Brasil - 107,1 assassinatos por 100 mil habitantes, 25% acima da segunda colocada, nossa vizinha Recife. E sabemos que só parte de todas as ocorrências chegam aos noticiários, chegam às delegacias. Pouquíssimas são investigadas e solucionadas. Nas rodas de amigos, casos escabrosos são temas. E quem não viveu um para contar?

 O pior deste sentimento são os índices crescentes. A constatação que o futuro é ainda mais negro. Sabemos que só policiais nas ruas não resolve a questão, como muitos ditam soluções. Precisamos de ações estratégicas, de recursos pontuais, vontade política e um choque de disciplina e de gestão que acabe com o sentimento de impunidade que paira na atmosfera brasileira. Mais que falta de recursos, existe no sistema público tupiniquim, um problema ainda maior: o da alocação produtiva desses recursos e da gestão eficiente das ações públicas. Precisamos definir bem a fronteira entre o certo e o errado, e entender que a corrupção é a mãe de todos os males. E a corrupção que corrompe mais a nossa sociedade, não é só aquela da merenda escolar, ou da verba para a campanha que indigna o cidadão quando parte dos políticos. A corrupção está endêmica, na falta de disciplina em nossas escolas, na distorção de valores no convívio familiar, na ética que regula as relações humanas. Sugiro aos leitores que até aqui chegaram que visitem a “Teoria das Janelas Quebradas”, trabalho que motivou o programa Tolerância Zero, hoje tão fácil de acessar pelos buscadores desta nossa fantástica Internet – entenderemos um pouco mais de nosso martírio.

Ouvimos que o problema é nacional. Concordo e não me conformo. Existe um ufanismo do crescimento econômico, e louva-se o “ex-pobre” hoje com geladeira e podendo comprar sua TV de LCD em 48 meses. Mas… e como está a qualidade de vida? No carrinho financiado em 60 meses ele anda mais tranquilo que no transporte público, que já não era bom, de 20 anos atrás? Confundimos crescimento com desenvolvimento. E esquecemos que a função primordial do Estado é proporcionar o bem comum.
Quanto a nossa cidade, e ao Estado de Alagoas, urgem ações para que a terra dos marechais” não se torne “a terra dos marginais”. 

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