sábado, 7 de março de 2009

Ferro fere Mesa da Assembléia alagoana


Não sei se todos perceberam, mas o imbróglio em que se meteu a Mesa da Assembléia Legislativa de Alagoas pode levar esse poder a conviver com uma situação muito complicada. Se não vejamos: o deputado Cícero Ferro – que tinha sido afastado por envolvimento na Operação Taturana - resolveu reassumir, na marra, o seu mandato de deputado. Foi ao plenário, pegou o microfone e deitou falação diante de uma Mesa Diretora “amarelada”. Disse que estava em pleno mandato e marcou para terça-feira (10 de março) o retorno de todos os outros deputados afastados pela Justiça. Percebendo que a Casa Tavares Bastos estava sendo renomeada como Casa da Mãe Joana, o Ministério Público Estadual resolveu pedir a prisão de todos os membros da Mesa, caso permitam a volta dos taturânicos legisladores. A presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Elisabeth Carvalho, também estranhou a passividade do deputado Fernando Toledo, diante do assalto ao microfone comandado por Ferro, e disse que essa atitude era passível de prisão.
Qual seria, então, a situação complicada provocada por essas atitudes? Como o deputado Cícero Ferro me parece estar decidido a fazer valer os seus interesses, pressuponho que ele estará, na próxima terça-feira, 10 de março, em plenário, empunhando a Constituição e disposto a brigar pelo seu mandato. O presidente da Assembléia, Fernando Toledo, será então obrigado a tomar uma das seguintes decisões: mandar a segurança retirar à força o destemido deputado Cícero Ferro, provocando com isso uma possível reação do mesmo; ou aceitar a sua presença e participação na sessão e acabar preso por determinação da Justiça.
Qualquer uma das atitudes da Mesa manterá a Assembléia Legislativa alagoana mergulhada em crise de poder. Quem é mesmo que manda? O destempero de Ferro está expondo que a recente eleição de Toledo nada alterou e o poder continua com os taturanas.

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