segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Pedido de desculpas à jogadora Marta

Cara Marta,

Não tenho procuração dos alagoanos, mas acredito que estou, no mínimo, sendo porta-voz da maioria de nós, pobres torcedores, quando faço esse pedido de desculpas. Você não pediu para ser homenageada e, no entanto, teve o seu nome colocado numa disputa sem sentido com o Pelé e o Trapichão, para ver quem apareceria na placa de entrada do nosso maior estádio. Felizmente o assunto entrou por uma perna de pato e saiu do noticiário. O que ficou mesmo na mídia mundial foi a sua escolha, novamente, como a melhor do mundo. Até que entendo o afã homenageador da nossa taturanizada Assembléia Legislativa: são tão poucos os alagoanos que se destacam positivamente que logo nos apressamos em eternizá-los, principalmente quando esse alguém vitorioso veio das nossas camadas mais sofridas.
Mas o pedido de desculpas não é somente pelo imbróglio em que os deputados envolveram o seu nome. Nos desculpamos agora, também, porque o tal estádio, o Trapichão, não tem condições de receber partidas de futebol do campeonato alagoano. Pois é: o objeto da quase homenagem à maior jogadora de futebol do mundo não presta para o futebol. Imagine se você, Marta, fosse homenageada com uma bela placa e no dia da inauguração não haveria nenhum “racha” porque o nosso velho Trapichão está necessitando de reparos, mais uma vez. Escapamos desse vexame por pouco. Aliás, há uma verdadeira epidemia de pouco zelo incapacitando os nossos estádios para o futebol. O início do campeonato alagoano praticamente foi adiado por falta de condições nos estádios.
Cara Marta, esperamos que o futebol alagoano recupere logo os seus melhores dias para podermos lhe fazer uma homenagem mais apropriada. Por enquanto o que assistimos é a nossa imprensa esportiva se esforçando para encontrar futebol no meio de tanta “Feijóada”. Desculpe-nos.

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