quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Getúlio Vargas era ateu

É verdade. Um dos mais importantes presidentes do país, além de se declarar um devotado seguidor do positivismo de Auguste Comte, também deixou registrado as suas insatisfações com o cristianismo.

Para quem duvida, recomendo ler os três robustos volumes da obra biográfica Getúlio, de Lira Neto. Lançada em 2012 pela Companhia das Letras, a coleção já está na 9ª reimpressão.

Em 4 de março de 1911, ao casar com Darcy Sarmanho, então com 15 anos, Getúlio Vargas escolhe o cartório, fugindo do casamento religioso.

O autor da biografia revela que Getúlio tinha como livro de cabeceira o explosivo, para a época, Jesus Cristo nunca existiu, do italiano Emilio Bossi.

No seu discurso de formatura na Faculdade de Direito, Getúlio deixou registrada suas opiniões sobre o assunto, pronunciando um libelo contra o cristianismo.

“Foi sobre a ruinaria da civilização greco-romana que desabrochou a flor mórbida do pensamento cristão”, falou para os presentes.

E continuou. “A moral cristã é contra a natureza humana” e “o cristianismo é inimigo da civilização”.

Segundo o autor, Getúlio considerava que o cristianismo significava um retrocesso em relação às “grandes conquistas progressivas da humanidade”, um freio ao “ideal superior de força e energia” que teria sido legado à civilização ocidental pela cultura greco-romana.

E vai mais além. Para Getúlio, o cristianismo “desnatura a grandeza da sexualidade, a força propagadora da espécie, a união dos seres numa transfusão do magnetismo amoroso, considerado como um comércio impuro”.

Atuando politicamente em um país dominantemente católico, Getúlio guardou a sete chaves esse discurso. Ele foi descoberto pela família muito tempo depois da sua morte e agora está nos arquivos oficiais do ex-presidente, classificado como confidencial.

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