quinta-feira, 7 de março de 2013

Bombas jogadas na OAB/RJ são contra a verdade e a democracia


Edberto Ticianeli
Militares sofrem acidente com explosivos quando iam
praticar um ato de terrorismo no Rio Centro (RJ) durante as
comemorações do Dia do Trabalhador em 1981

As bombas lançadas contra a OAB, hoje (7) à tarde, no Rio de Janeiro, cumprem o importante papel de revelar — para quem não viveu o período — o que foi a Ditadura Militar instaurada em 1964 e os métodos utilizados pela direita mais reacionária, seja ela militar ou civil patrocinada, principalmente, pelos grandes jornais.

O ataque à OAB é uma clara ameaça à iniciativa de se constituir Comissões da Verdade para apurar os crimes cometidos durante o período ditatorial. Mas, quem tem medo da verdade. Quem cometeu crimes contra a humanidade, sabe que, além das possíveis punições, a verdade vai revelar quem eram os bandidos dessa história.

Com a desculpa esfarrapada de que o golpe era uma revolução para impedir as ameaças comunistas, militares — a serviços da CIA e dos segmentos mais atrasados das elites do Brasil — agrediram a democracia e implantaram uma ditadura que só nos trouxe mais dependência econômica e endividamentos, além da corrupção fardada.

Hoje, eles estão assanhados e com medo porque já se descobriu que mataram, por exemplo, o deputado Rubens Paiva de forma covarde, da mesma forma como torturaram e assassinaram tantos outros acusados. A elite brasileira e seus jornalões temem que se prove o que já se sabe: que eles também sujaram suas mãos com o sangue do nosso povo.

É preciso compreender que as bombas de hoje à tarde contra a OAB foram endereçadas à democracia brasileira e devem ser entendidas, também, como um recado às esquerdas que estão no poder. Querem criar um clima de insegurança para provocar o governo da presidenta Dilma, que tem apoiado a instalação das Comissões da Verdade. É hora de responder com firmeza.

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