Edberto
Ticianeli
Militares sofrem acidente com explosivos quando iam praticar um ato de terrorismo no Rio Centro (RJ) durante as comemorações do Dia do Trabalhador em 1981 |
As bombas
lançadas contra a OAB, hoje (7) à tarde, no Rio de Janeiro, cumprem o
importante papel de revelar — para quem não viveu o período — o que foi a
Ditadura Militar instaurada em 1964 e os métodos utilizados pela direita mais
reacionária, seja ela militar ou civil patrocinada, principalmente, pelos
grandes jornais.
O ataque à
OAB é uma clara ameaça à iniciativa de se constituir Comissões da Verdade para
apurar os crimes cometidos durante o período ditatorial. Mas, quem tem medo da
verdade. Quem cometeu crimes contra a humanidade, sabe que, além das possíveis
punições, a verdade vai revelar quem eram os bandidos dessa história.
Com a desculpa
esfarrapada de que o golpe era uma revolução para impedir as ameaças comunistas,
militares — a serviços da CIA e dos segmentos mais atrasados das elites do
Brasil — agrediram a democracia e implantaram uma ditadura que só nos trouxe
mais dependência econômica e endividamentos, além da corrupção fardada.
Hoje, eles estão
assanhados e com medo porque já se descobriu que mataram, por exemplo, o
deputado Rubens Paiva de forma covarde, da mesma forma como torturaram e
assassinaram tantos outros acusados. A elite brasileira e seus jornalões temem
que se prove o que já se sabe: que eles também sujaram suas mãos com o sangue
do nosso povo.
É preciso
compreender que as bombas de hoje à tarde contra a OAB foram endereçadas à democracia brasileira e devem ser entendidas, também, como um recado às
esquerdas que estão no poder. Querem criar um clima de insegurança para
provocar o governo da presidenta Dilma, que tem apoiado a instalação das
Comissões da Verdade. É hora de responder com firmeza.
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