Edberto Ticianeli
A
Gazeta de Alagoas, deste domingo (16/12), anuncia qual vai ser o tom utilizado
pelo senador Fernando Collor (PTB) na disputa da vaga para o Senado com Teotônio
Vilela Filho (PSDB) em 2014.
O
jornal de propriedade de Collor não esconde que vai bater pesado nos usineiros
para atingir o governador Teotônio Vilela. É a reedição da luta do bem contra o
mal, que já deu certo antes e pode voltar a trazer dividendos eleitorais para o
senador petebista.
A
manchete da Gazeta afirma que os usineiros formam uma oligarquia e que dominam
a economia e a política do nosso estado. O destaque da matéria é para o fato de
que isso agora é feito sem intermediários, com os donos das usinas assumindo
diretamente o comando.
A
bem produzida reportagem da jornalista Carla Serqueira não é a única peça do
jornal a atingir os usineiros. Ela tem o luxuoso apoio de um longo artigo
assinado pelo próprio senador Fernando Collor. Com o intuito aparente de explicar
a utilização indevida da sua expressão “munhecada no espinhaço”, o senador
investe contra Teotônio Vilela e a sua forma morosa de administrar o estado.
Independente
das motivações do senador Collor - que já usou esta mesma estratégia num
passado recente -, esse desnudar das classes dominantes em Alagoas pode contribuir
para reacender as discussões sobre quais os caminhos a serem trilhados para
retirarmos o nosso estado do ranking vergonhoso em que se encontra.
Collor
tem dado demonstrações que pretende reafirmar a sua imagem como a de um
político que tem coragem. As suas posições na CPI do Cachoeira e essa estocada
nos usineiros alagoanos anunciam que as eleições de 2014 poderão acontecer num clima
de radicalidade política acima do comum. O roxo pode voltar a ser a cor da moda.
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