Jorge
Vieira – Jornalista
Cerca
de 120 famílias do povo Xurucu-Kariri, da aldeia Fazenda Canto, no município de
Palmeira dos Índios, a cerca de 140 km de Maceió, produzem alimentos na área retomada
em 31 de outubro de 2011, denominada Fazenda Salgado (184 hectares), declarada
parte do território tradicional, em 2010, pela portaria do então ministro da
Justiça Tarso Genro.
Com
o apoio da Rede de Educação Cidadã (RECID) e do deputado estadual Judson Cabral
(PT/AL), sementes e óleo diesel, respectivamente, grupos familiares estão
produzindo coletivamente feijão de corda, milho, feijão carioca, abóbora,
macaxeira e melancia, além do cultivo de hortas comunitárias com a plantação de
cebolinha, coentro, pimentão, alface, repolho, cenoura.
A
produção tem como objetivo atender inicialmente a necessidade de alimentação
dos membros da comunidade, enquanto que excedente será comercializado na feira
livre do município. De acordo com o professor Gecinaldo Ferreira, um dos incentivadores
do trabalho comunitário, os recursos arrecadados com a venda dos gêneros
alimentícios serão revertidos no investimento da luta da comunidade, com
passagens e alimentação quando do deslocamento de suas lideranças até os
centros administrativos em busca de melhorias para as comunidades junto aos
órgãos públicos. Segundo informações colhidas junto aos produtores indígenas, o
quilo de feijão de corda verde será vendido ao preço de R$ 5.00.
Animados
com o resultado da lavoura, visto principalmente pela a qualidade do feijão e
do milho garantido pelo sistema de irrigação, com a chuva que está caindo na
região, já prepararam cerca de 20 hectares para o cultivo da batata doce,
macaxeira, milho e feijão.
Em
tom de desabafo, jovens indígenas expressaram com orgulho, afirmando que o
roçado demonstra o contrário do preconceito que é por alguns de que índio é
preguiçoso. O que falta, para eles, é terra para trabalhar e não precisarem se
deslocar até as cidades ou para a região açucareira para trabalharem como boia-fria.
O
presidente da Associação Comunitária, Gecivaldo Ferreira, destacou a
importância do urgente posse da terra demarcada, afirmando que só assim poderão
suprir as necessidades das comunidades, as despesas com a luta em defesa dos
direitos, especialmente na conquista do território.
Para
o deputado Judson Cabral, apoiar a luta do povo Xucuru-Kariri “é reconhecer e
garantir os seus direitos históricos e fazer cumprir o que determina a
Constituição Federal”.
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