Edberto Ticianeli
São evidentes os sinais, no ninho do
tucanato alagoano, de que ainda não há um projeto eleitoral definido para a
sucessão do governador Teo Vilela (PSDB) em 2014. A principal manifestação
desta indefinição é a pulverização dos candidatos à prefeitura de Maceió que
têm participação no governo do estado.
Sem um projeto definido e unificador, as
forças dominantes da economia alagoana sentem dificuldades em formar novos
quadros políticos e, mais grave ainda, não conseguem enquadrar as forças
acessórias. Os projetos eleitorais prevalecem, provocando o salve-se quem
puder.
O dilema eleitoral dos tucanos na
escolha do seu candidato ao governo em 2014 é a falta de uma liderança capaz de
enfrentar a forte candidatura de Renan Calheiros (PMDB), que dá sinais claros
de que pretende chegar ao governo de Alagoas. Os representantes políticos da
indústria sucroalcooleira não estão nada satisfeitos com esta possibilidade.
Candidatos ao governo
Na corrida para ocupar o espaço de
candidato do grupo, o vice-governador José Thomaz Nonô (DEM) tem posição
privilegiada e vantagem sobre os demais. Ele assumirá o governo quando Teo Vilela
se afastar em 2014 – vai disputar o Senado -, podendo candidatar-se à reeleição.
Entretanto, os analistas consideram que ele seria facilmente derrotado por
Renan Calheiros.
Nonô não aceita esta avaliação. Além
disso, ele aposta que o deputado Jeferson Moraes (DEM) tem condições de chegar
à prefeitura da capital e lhe garantir o apoio na disputa pelo governo em 2014.
Jeferson Moraes, por sua vez, tem projeto próprio e quer chegar à prefeitura
para pensar em voos mais altos. Ele garante que a sua candidatura é para valer.
Outro pretendente a ocupar o Palácio República
dos Palmares é o senador Benedito de Lira (PP), que vem de uma vitória
espetacular na última eleição, quando foi o mais votado na corrida para o Senado.
Biu de Lira já percebeu que a indecisão abre espaço para que se coloque na
relação dos pretendentes. O seu candidato à prefeitura é o vereador Marcelo
Palmeira (PP), que ainda não conseguiu aparecer bem em nenhuma pesquisa.
Rui Palmeira
De posse de pesquisas, os tucanos
acreditam que o melhor nome do grupo para disputar a eleição em Maceió é o do deputado
federal Rui Palmeira (PSDB). Ele teria potencial para crescer na campanha e, se
eleito, receberia investimentos para administrar Maceió em ritmo de pré-campanha
para a disputa do governo em 2014. Seria o melhor adversário para barrar as
pretensões de Renan.
Rui Palmeira tem a seu favor o apoio
do pai, Guilherme Palmeira, e a experiência do grupo que esteve no poder em
Alagoas por décadas. O seu nome transita sem dificuldades entre os formadores
de opinião do estado, além de ter se destacado, como deputado estadual, por não
ter se envolvido no processo dos Taturanas.
A dúvida sobre a candidatura de Rui
Palmeira reside na sua falta de experiência em disputa majoritária e na sua
pouca inserção entre os eleitores da periferia. Estas incertezas têm feito com
que o governador Teo Vilela tenha silenciado quando o assunto é o candidato de
sua preferência.
Carimbão
Outra candidatura, que também nasce
das forças políticas que ocupam o República dos Palmares, é a do deputado
federal Givaldo Carimbão (PSB). Mesmo ainda não estando atrelado a nenhum
projeto estadual para 2014, Carimbão joga na estratégia nacional do seu
partido, que trabalha abertamente o nome do governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), para cacifá-lo na sucessão da presidenta Dilma Roussef. A candidatura
de Carimbão ofereceria palanque para que Eduardo Campos aparecesse para os
alagoanos.
O PPS também ensaiou lançar a
candidatura de Nadja Baía, mas parece ter desistido do intento. Pelo menos é o
que indica a ausência dela na mídia.
Teo Vilela
Se o estilo Vilela de fazer política,
sempre cauteloso, naturalmente já retardaria as tomadas de decisões, imagine a
dificuldade que está tendo o governador ao lidar com tantas candidaturas à
prefeitura de Maceió. O agravante é que ele, como futuro candidato majoritário,
não pode atropelar ninguém sob o risco de perder apoios importantes no futuro.
Vilela aposta que a escolha se dê por
seleção natural. Pode estar cometendo um erro. O prefeito eleito vai influir
diretamente na eleição para o governado estadual e o Senado em 2014. A sua indefinição
agora pode levá-lo a receber a mesma moeda no futuro. É bom lembrar que Teo
enfrentará Fernando Collor (PTB).
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