quinta-feira, 10 de maio de 2012

Indecisões tucanas em Alagoas


Edberto Ticianeli

São evidentes os sinais, no ninho do tucanato alagoano, de que ainda não há um projeto eleitoral definido para a sucessão do governador Teo Vilela (PSDB) em 2014. A principal manifestação desta indefinição é a pulverização dos candidatos à prefeitura de Maceió que têm participação no governo do estado.

Sem um projeto definido e unificador, as forças dominantes da economia alagoana sentem dificuldades em formar novos quadros políticos e, mais grave ainda, não conseguem enquadrar as forças acessórias. Os projetos eleitorais prevalecem, provocando o salve-se quem puder.

O dilema eleitoral dos tucanos na escolha do seu candidato ao governo em 2014 é a falta de uma liderança capaz de enfrentar a forte candidatura de Renan Calheiros (PMDB), que dá sinais claros de que pretende chegar ao governo de Alagoas. Os representantes políticos da indústria sucroalcooleira não estão nada satisfeitos com esta possibilidade.

Candidatos ao governo

Na corrida para ocupar o espaço de candidato do grupo, o vice-governador José Thomaz Nonô (DEM) tem posição privilegiada e vantagem sobre os demais. Ele assumirá o governo quando Teo Vilela se afastar em 2014 – vai disputar o Senado -, podendo candidatar-se à reeleição. Entretanto, os analistas consideram que ele seria facilmente derrotado por Renan Calheiros.

Nonô não aceita esta avaliação. Além disso, ele aposta que o deputado Jeferson Moraes (DEM) tem condições de chegar à prefeitura da capital e lhe garantir o apoio na disputa pelo governo em 2014. Jeferson Moraes, por sua vez, tem projeto próprio e quer chegar à prefeitura para pensar em voos mais altos. Ele garante que a sua candidatura é para valer.

Outro pretendente a ocupar o Palácio República dos Palmares é o senador Benedito de Lira (PP), que vem de uma vitória espetacular na última eleição, quando foi o mais votado na corrida para o Senado. Biu de Lira já percebeu que a indecisão abre espaço para que se coloque na relação dos pretendentes. O seu candidato à prefeitura é o vereador Marcelo Palmeira (PP), que ainda não conseguiu aparecer bem em nenhuma pesquisa.

Rui Palmeira

De posse de pesquisas, os tucanos acreditam que o melhor nome do grupo para disputar a eleição em Maceió é o do deputado federal Rui Palmeira (PSDB). Ele teria potencial para crescer na campanha e, se eleito, receberia investimentos para administrar Maceió em ritmo de pré-campanha para a disputa do governo em 2014. Seria o melhor adversário para barrar as pretensões de Renan.

Rui Palmeira tem a seu favor o apoio do pai, Guilherme Palmeira, e a experiência do grupo que esteve no poder em Alagoas por décadas. O seu nome transita sem dificuldades entre os formadores de opinião do estado, além de ter se destacado, como deputado estadual, por não ter se envolvido no processo dos Taturanas.

A dúvida sobre a candidatura de Rui Palmeira reside na sua falta de experiência em disputa majoritária e na sua pouca inserção entre os eleitores da periferia. Estas incertezas têm feito com que o governador Teo Vilela tenha silenciado quando o assunto é o candidato de sua preferência.

Carimbão

Outra candidatura, que também nasce das forças políticas que ocupam o República dos Palmares, é a do deputado federal Givaldo Carimbão (PSB). Mesmo ainda não estando atrelado a nenhum projeto estadual para 2014, Carimbão joga na estratégia nacional do seu partido, que trabalha abertamente o nome do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para cacifá-lo na sucessão da presidenta Dilma Roussef. A candidatura de Carimbão ofereceria palanque para que Eduardo Campos aparecesse para os alagoanos.

O PPS também ensaiou lançar a candidatura de Nadja Baía, mas parece ter desistido do intento. Pelo menos é o que indica a ausência dela na mídia.

Teo Vilela

Se o estilo Vilela de fazer política, sempre cauteloso, naturalmente já retardaria as tomadas de decisões, imagine a dificuldade que está tendo o governador ao lidar com tantas candidaturas à prefeitura de Maceió. O agravante é que ele, como futuro candidato majoritário, não pode atropelar ninguém sob o risco de perder apoios importantes no futuro.

Vilela aposta que a escolha se dê por seleção natural. Pode estar cometendo um erro. O prefeito eleito vai influir diretamente na eleição para o governado estadual e o Senado em 2014. A sua indefinição agora pode levá-lo a receber a mesma moeda no futuro. É bom lembrar que Teo enfrentará Fernando Collor (PTB).

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