Edberto Ticianeli
Teotônio Vilela e Rosalba Ciarlini recebem o "Brasil Mais Seguro" da presidenta Dilma Roussef |
Os dados do Ministério da Saúde
revelam que Alagoas começa a enfrentar concorrentes de peso na disputa pelo primeiro
lugar entre os estados em que ocorrem mais homicídios. Os números se referem
aos assassinatos entre 2004 e 2011, e demonstram que na Região Nordeste o
aumento de assassinatos foi 68%, enquanto os números do país diminuem na taxa
de 0,12%.
O primeiro lugar na região ficou para
o Rio Grande do Norte, com 27,9%. A Paraíba, com 11,1%, ostenta o segundo
lugar, enquanto Alagoas tem 8,7%, em terceira posição. O crescimento da
violência potiguar provocou a presença em Natal, no início do mês de junho (3),
do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para anunciar que está levando o
projeto “Brasil Mais Seguro” para aquele estado, iniciativa já implantada em
Alagoas e na Paraíba.
O aumento explosivo dos homicídios de
jovens em Natal, que já aparecia nas estatísticas sobre o período entre 2000 e
2010, foi o primeiro sinal de que o estado estava perdendo o controle da
situação. Em uma década, a taxa de assassinatos de crianças e adolescentes subiu
de 2,9 para 30,5 por 100 mil jovens, um salto de 952%. Nesse mesmo estudo, Alagoas
aparece com a maior taxa de homicídios (34,8 por 100 mil), e Maceió é a capital
mais violenta (com 79,8).
O aumento da violência no Rio Grande
do Norte provoca os mesmos debates que acontecem em Alagoas, e com a
identificação dos mesmos responsáveis. Para os homicídios de jovens, a culpa fica
com os grupos de extermínio ligados ao tráfico de drogas. Para a violência em
geral, a falta da estrutura do aparato policial fica evidente, principalmente a
ausência do serviço de inteligência e capacidade de investigar os crimes.
Segundo o delegado Roberto Andrade, da Delegacia Especializada em Homicídios, mais
de 300 inquéritos estão parados por falta de estrutura. Ele considera que 15
agentes da Polícia Civil e dois escrivães, além dos quatro bacharéis são
insuficientes.
Lamentando o assassinato de 13
policiais militares e mais 10 feridos, o presidente da Associação dos Cabos e
Soldados da Polícia Militar no RN, Roberto Campos, disse que a morte de
policiais estava banalizada no seu estado, principalmente pela impunidade. O
resultado da insegurança que atinge a própria força militar é o crescimento dos
policiais que desistem da profissão. A Associação dos Praças da Polícia Militar
do Rio Grande do Norte informou que, entre 2001 e 2012, o número de pedidos de
baixa cresceu mais de 700%.
Lá como cá, o que preocupa é a postura
do governo do estado em relação às necessidades de investimentos. Em Alagoas, o
governo tucano teima em não cuidar da estrutura policial, além de tratar a saúde
e a educação com descaso. No Rio Grande do Norte, a governadora do DEM, Rosalba
Ciarlini, já disse que não foram os índices de violência do estado que provocaram
a presença do projeto “Brasil Mais Segur. Ela diminui o problema afirmando que
os números da violência do RN crescem menos que o percentual nacional.
Conclusão: se não é um problema, não será tratado como tal.
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