segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Me engane mais que eu pago o seu lanche!

Não deixa de ser inteligente a forma como a Câmara de Maceió tem enfrentado o debate sobre a Lei Orçamentária Anual para 2009. De uma hora para outra os nossos edis resolveram travar o bom combate em defesa de uma melhor utilização dos recursos públicos no âmbito do município de Maceió. Cobram do prefeito Cícero Almeida relatórios da execução orçamentária e detalhamentos da gestão fiscal. Seria uma boa iniciativa do poder legislativo, se não estivesse associada a esta ação fiscalizadora a tentativa de manter a Câmara recebendo anualmente seus quase R$ 36 milhões. O problema dos senhores vereadores é que a Lei Orçamentária para 2009 estabelece uma redução de mais de R$ 6 milhões na fatia da Câmara.
Como o objetivo é desviar a atenção para a discussão somente do Orçamento Municipal, um vereador conclamou a sociedade a exercer os seus direitos na aprovação da lei: “O orçamento é uma peça fundamental para o crescimento de uma cidade, nele o Poder Executivo apresenta um pré-retrato de como vai administrar, suas ações e prioridades. Por isso é preciso a presença da população e de toda sociedade civil organizada”. E a pergunta que não quer calar é: como a população faz para discutir os gastos da própria Câmara? Como são gastos os R$ 36 milhões? A caixa preta continua fechada, embora tentem aparecer como arautos da transparência, no que diz respeito ao orçamento municipal. Diante de tais situações, a malandragem diria: me engane mais que eu pago o seu lanche!

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