É comum, nesse período carnavalesco, ouvirmos vários discursos sobre o carnaval e seus ritmos.
Muitos deitam falações sobre a necessidade de preservar ou resgatar tradições e histórias.
Quando ouço as palavras preservar e resgatar associadas a manifestações artísticas e culturais, sinto que alguma coisa precisa ser melhor entendida, antes que alguma peça de gesso imobilize o que é puro movimento.
Poucos sabem, que os ritmos que originaram o frevo foram os dobrados, marchas e polcas (de origem européia), executados por agrupamentos musicais militares em Recife, e o “passo” é oriundo dos golpes dos capoeiristas que acompanhavam essas bandas.
Felizmente, naquela época, ninguém quis “preservar” ou “resgatar” os dobrados militares originais e tradicionais e, muito menos, os “rabos de arraia” dos capoeiras. Se houve algum movimento contra, foi, obviamente, derrotado.
O frevo é exatamente o resultado da mistura de ritmos e dos movimentos das lutas e das danças dos pernambucanos; e foi, ao lado das marchas, o ritmo que mais influenciou os carnavais em Alagoas.
O que precisa ser mantido e incentivado é o carnaval de rua, com muita alegria, independente de discursos preconceituosos contra o Frevo pernambucano, o Samba carioca ou o Axé baiano. Aliás, se estamos procurando algo que eleve a nossa auto-estima, é hora de termos o autêntico Boi Alagoano puxando blocos.
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