quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Teo X Collor: Alagoas pode ficar maior do que São Paulo


Edberto Ticianeli
 
O senador Fernando Collor demonstra que ainda é um mestre em criar factoides políticos. O anúncio de que iria fixar residência em Arapiraca conseguiu colocá-lo no centro das especulações sobre as eleições de 2014, quando pretende disputar a reeleição, provavelmente enfrentando o atual governador Teo Vilela.

Teo Vilela deu a resposta e anunciou que está transferindo a sede do governo para Santana do Ipanema, município sede do sertão alagoano. Região que vem sofrendo com a seca e onde o governador quer apagar o desgaste sofrido por não ter utilizado os R$ 10 milhões que recebeu do Ministério da Integração Nacional para ações de combate à seca. O dinheiro, que estava numa conta desde agosto de 2012, é destinado para ações emergenciais, incluindo a aquisição de ração para gado.

Como não tem tido bons resultados com a educação, saúde e segurança pública, o governador assumiu de vez que só lhe resta pegar carona nas obras do governo federal. Assim, mudar o governo para Santana do Ipanema se insere, também, na agenda de inauguração do trecho inicial do Canal do Sertão, que acontecerá no dia 11 de março próximo, com a presença da presidenta Dilma Roussef.

Mas, a política caroneira de Teo Vilela também chega a Arapiraca. Ele acaba de anunciar que o governo federal vai construir um aeroporto no município, e que também vai sair do papel o já prometido aeroporto de Maragogi, na região norte do estado. Se essa disputa para o senado durasse uns dez anos, Alagoas ficaria maior do que São Paulo.

Acho que o Collor encontrou uma forma de resolver os problemas do interior de Alagoas. Basta anunciar, a cada mês, que vai fixar residência em um município diferente, que no outro dia a equipe do governador vai para Brasília garimpar investimentos. Enquanto isso, educação, saúde e segurança, mesmo com muito dinheiro do governo federal, caminham no ritmo do “Alagoas tem pressa”. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A história secreta da renúncia de Bento XVI


Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

MMAbol é a solução para os torcedores violentos


Edberto Ticianeli

Essa história de briga entre torcidas organizadas em Alagoas já está passando dos limites. No jogo de ontem (06) entre CRB e Santa Cruz, o confronto das “galeras” deixou três feridos e 20 detidos. Cenas deprimentes circulam nos sites de notícias e nas redes sociais, amedrontando quem gosta de futebol e gostaria de frequentar um estádio.

O comandante do Policiamento da Capital, coronel Gilmar Batinga, cobra uma legislação mais rígida para esse tipo de marginal, e cita o exemplo do Ceará, onde eles são proibidos de entrar nos estádios e nos dias de jogo do seu clube são obrigados a prestar serviços comunitários. Como o momento é de revolta com o acontecido ontem, vou me permitir apontar outra solução.

Acredito que todo mundo já ouviu falar da MMA, uma espécie de luta vale-tudo. Tem gente que paga para assistir os derramamentos de sangue proporcionados por seus lutadores. A proposta que faço é a de unir os dois espetáculos: atletas jogam futebol e brigões se enfrentam, mas na mesma arena. Seriam realizados combates muito parecidos com os promovidos pelos gladiadores romanos.

Detalhando: duas horas antes do início da partida de futebol, as “galeras” entram em campo — todos uniformizados para que a torcida identifique seus combatentes. Haveria somente um juiz com a tarefa de apitar o início e o fim do combate. Após dois tempos de 45 minutos, com intervalo de 15 minutos, as ambulâncias entrariam em campo para retirar o que sobrou dos valentões.

Pensando bem, acho que isso também não vai funcionar. Explico: após um mês de adotadas essas medidas, apareceriam alguns brigões para organizar as torcidas para o nosso MMAbol. Com dois meses, estas torcidas já estariam se confrontando nas arquibancadas. Acho que essa proposta não vai resolver o problema, mas, ao menos, serviu de desabafo para alguém que gosta do futebol e fica revoltado com a violência nos estádios. 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Quem for podre que se quebre


Edberto Ticianeli

Quando assumiu a prefeitura de Maceió, em 2005, Cícero Almeida não vacilou em divulgar que herdou um verdadeiro caos da sua antecessora, Kátia Born. Oito anos depois, Rui Palmeira sucede Cícero Almeida e anuncia que herdou uma dívida de R$ 149 milhões e uma situação caótica nas finanças públicas da capital.

Em 2005, Kátia Born negou a existência de tal situação. Em 2013, Cícero Almeida também nega. Sem entrar no mérito das denúncias, pode-se dizer que essa prática — a do discurso da herança maldita — não é nova no jogo político. Como também não há novidade nas negativas de responsabilidade.

Entretanto, no caso do ex-prefeito Cícero Almeida, há um ingrediente novo no discurso de negação de responsabilidade.  “Não sou técnico e era assessorado e respaldado pelo secretariado. Se alguém desviou recursos deve responder na Justiça e no Ministério Público. Quem for podre que se quebre. Não vou responder pelo erro de ninguém, já que nunca mandei que fizessem errado".

Não sei se legalmente é possível que um prefeito não tenha responsabilidade sobre os atos dos seus representantes nas secretarias, mas acredito na possibilidade de que isso venha a acontecer politicamente. Basta que o candidato a prefeito declare no seu programa de governo, registrado no TRE, que, se eleito, vai indicar secretários sem, entretanto, assumir nenhuma responsabilidade pelos seus atos. Isso é honestidade e coerência política. Se vai ser eleito é outra questão.

Outro aspecto que se destaca nas argumentações do ex-prefeito é o de jogar as responsabilidades para os seus antigos assessores. Não acredito que ninguém entre para a história com tamanho ato de grandeza. Essa postura não é a de quem vai construir muitas amizades. Aliás, a única manifestação de solidariedade recebida por Almeida, após as denúncias de Rui Palmeira, foi a do deputado federal João Lira (PSD), afinal, quem for podre que se quebre.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

“Rola-bosta” da Veja ataca os tucanos


 
Altamiro Borges expõe os verdadeiros interesses da revista Veja, e de um dos seus principais articulista, Reinaldo Azevedo, diante da postura tucana na eleição da Mesa do Senado.


Por Altamiro Borges

Reinaldo Azevedo, recentemente batizado pelo teólogo Leonardo Boff de “rola-bosta”, ficou indignado com o resultado da eleição para a presidência do Senado. Não por razões éticas – já ele mantém intimas ligações com corruptos, como o ex-senador Demóstenes Torres, o “mosqueteiro da ética” da Veja –, mas sim por motivos políticos. Ele fez campanha contra Renan Calheiros por ele ser da base aliada do governo Dilma e não gostou das traições na votação dos seus amigos do PSDB. Tanto que rosnou contra os tucanos.

No artigo intitulado “tucanos pra quê?”, postado neste sábado, 2, Reinaldo Azevedo rosnou: “Não tem jeito, não! As coisas não acontecem por acaso. A oposição não chega ao estado miserável a que chegou ao Congresso por acidente. É preciso muito esforço para isso. É preciso haver muita dedicação. E nisso, convenham, os tucanos são de uma aplicação comovente”. Sua indignação é porque parte da bancada, “dos bons de bico, traiu o compromisso, deixou Pedro Taques (PDT-MT) na mão” e votou no senador do PMDB.

Revoltado, ele agora se indaga sobre o futuro da oposição demotucana e pede a cabeça dos traidores. “Os 11 tucanos poderiam vir a público para declarar o seu voto. Não se trata de patrulha, não, mas de vergonha na cara. Já que se anunciou à sociedade o apoio ao adversário de Renan, cumprira agora deixar claro quem fez o quê. Notem: ninguém é obrigado a abrir o voto. Mas todos podem se dispensar de mentir. Se havia senadores contrários ao apoio a Taques, que dissessem, ora”.

Aliado canino de José Serra, o rola-bosta da Veja também fustigou o rival mineiro. “Aécio Neves havia acenado com a possibilidade de fazer um discurso em defesa da candidatura de Taques. Discurso não houve. O senador se limitou, há alguns dias, a fazer uma espécie de convite-apelo a Renan para que retirasse a sua candidatura... O apoio ao opositor de Renan, no fim das contas, foi uma operação de marketing que acabou saindo pela culatra. Agora, resta  suspeita da farsa, do adesismo e da traição, tudo misturado”.

Para Reinaldo Azevedo, a folgada vitória de Renan Calheiros no Senado revela o colapso da oposição no país. Ele lembra que já postou um artigo no seu blog “afirmando que a greve que realmente faz mal ao Brasil é a greve da oposição, que está paralisada há sete anos, caminhando para oito, desde quando ficou com medo das consequências e recuou diante da possibilidade de pedir o impeachment de Lula, na crise do mensalão. Depois disso, não se encontrou mais... Assim, cabe a pergunta: Tucanos pra quê?”.

O rola-bosta da Veja está enraivecido! Parece que lhe faltará bosta para rolar. E a sua revolta não é por razões éticos – apesar de muitos ingênuos acharem que era isto que estava em jogo nas eleições do Senado. É por motivos eminentemente políticos. Para ele, a eleição da presidência da Casa era o momento certo para fortalecer a oposição, derrotar o governo Dilma e, quem sabe, criar as condições para possíveis ações contra a presidenta. Reinaldo, o rola-bosta, não esquece nunca da oportunidade perdida do impeachment de Lula!